domingo, 12 de maio de 2013

Para minha mãe

Tinha então dez anos. Cursava a terceira série do primário. Do intervalo eu sempre voltava suado, exausto. Naquela tarde, ainda ofegante, quando fazíamos fila para retornar à aula, a professora me tirou da fila, e disse que fosse para casa, mas fosse direto para casa. Morávamos muito próximo do colégio de freiras. Logo avistei que muitas pessoas se aglomeravam em torno de minha casa. Minha mãe tinha partido. Ela partiu e deixou um vazio, um vazio que até hoje me machuca. Fiz 12 anos, e depois 22, agora, recentemente, 55, e não consigo superar a perda de minha mãe. Entretanto, o pouco tempo que me foi permitido conviver com ela foi o bastante para amá-la sempre, foi o bastante para entender o quanto uma mãe é importante na vida de uma pessoa. Ei, você, que tem a sua, antes de um presente, beije-a, hoje, no seu dia, e em todos os dias.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

As lembranças da Odete, a Detinha

Odete Dutra, a Detinha.


Do lugar onde nasceu, as marcas que perduram até hoje.


Nasci no lugar mais lindo do mundo.


Das andanças, os lugares que ficaram para trás.

Meus irmãos e eu corríamos livremente, perseguíamos borboletas, inventávamos aventuras; não parávamos sequer um minuto de brincar, do alvorecer ao pôr-do-sol.

Das coisas não importantes, as pequenas lembranças que ficaram.

Enxurrada de lembranças, como os tijolos aquecidos no fogão a lenha, que eram colocados sob os cobertores nas noites longas e frias, e o cheiro de pão que nossa mãe assava uma vez por semana; as longas histórias depois do jantar e da reza do terço, contadas por nossa avó Maria da Luz dos Santos, que serviram para abrir um mundo de inesperadas riquezas para nós. Quando crianças, noites passadas daquela forma seria inimaginável..., no entanto, aqueles foram alguns dos nossos melhores dias de nossas vidas.


Da liberdade para falar do que quiser.

Fazer coisas simples junto com a família nos deixa feliz, e o que aprendi, quando criança, nunca deixou de me servir. A forma de viver bem é observar o que é engraçado, mesmo em situações terríveis.


De ser você por você.

A felicidade está nas menores coisas:

"...minha riquinha,
...meu riquinho",

maneira carinhosa de nossa mãe nos acalentar.

"... temos de ser bons com as pessoas, não deixe nada para depois".

O passado é algo que já não existe mais. Serve apenas como referência. O presente é uma dádiva de Deus. Como dizia Nuno Cobra: "viver o momento é questão de inteligência, porque  não existe outra forma de viver realmente. Curta o máximo, porque ele é único e maravilhoso".

Um belo dia nosso pai foi à procura de seu cavalo para ir à venda comprar alguma coisa, quando descobriu que ele havia fugido durante a noite. Saiu à procura, nas idas e vindas em busca do pingo, pisou em uma estaca seca, perfurando seu pé. Na minha inocência, pensei que perderia nosso pai, de tanto sangue que jorrava do ferimento. Nossa mãe pegou uma bacia de água limpa e lavou o pé dele até que o sangue estancou, aí pegou um pano branco colocou banha de porco e enrolou a ferida, e assim diariamente lavando com ervas e colocando banha cicatrizou a ferida aberta. E se fechar os olhos, até hoje revivo essa cena.

Da mensagem final.

Que tenhamos a certeza que as tristezas da vida não eliminam as grandes alegrias. Comece fazendo o que você acha que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.

Eu amo minha família. Eu amo vocês. Sinto-me privilegiada em fazer parte de uma família tão especial.

Odete Dutra, a Detinha


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Não estava, mas vi tudo


Não estava, mas vi tudo

Não fui convidada para 
a festa dos gafanhotos 
(de uns tempos para cá, chamam-se assim), 
entretanto, estava à espreita 
e via o que foi feito deles, 
na minha ausência. 
A contragosto, 
parti e deixei-os literalmente sem mãe. 
Foi-me dado o quinhão 
de parir meus rebentos, 
mas não o prazer de vê-los 
fazendo-se homens e mulheres.   
Ninguém viu meu sorriso 
às suas pequenas vitórias.
Nem minhas lágrimas
dos consolos que não pude dar.
Posso ver suas faces, 
seus traços, 
um pouco de mim em cada. 
Reflexões me fazem saber 
que meu tempo
não foi muito 
nem pouco, 
foi o que tive.

Para
minha
Mãe.

domingo, 23 de setembro de 2007

Avô Antonio Luiz de Bitencourt - Presidente de Honra


Anselmo e Libório Bitencourt irmãos da mãe Enoema


Encontro da mãe com o pai.

A mãe estudou em colégio de freiras em Lagoa Vermelha (RS). Após, retornou e morou em Cacique Doble (RS) para morar com sua irmã, a Miúda. Tempos depois, Rivadávia Lopes, marido de Miúda, tornou-se sócio de meu pai, ainda solteiro, na fabricação de tubos de concreto (Sananduva e L. Vermelha). Foi naquele tempo que meu pai conheceu aquela que seria sua esposa, a irmã da Miúda, nossa mãe Enoema.

Cartomante - Irmã de Fernando Bitencourt

Filha do primeiro casamento de nosso avô materno, a irmã de Fernando Bitencourt, a qual não sei o nome, tirava sorte e lia cartas. Era mulher muito bonita segundo nossa irmã Isabel, que ainda acrescenta: " como andava meio mal de dinheiro, resolveu aprender a ler cartas e passou a ser vidente. Trancava-se no quarto com adultos e não deixava crianças entrar, isso lá na casa de campo da Tia Tarsila."